Hoje e por ser uma pessoas que especialmente simpatizo, não resisti a trazer a copia integral da entrevista que ele concedeu ao jornal i, falo obviamente do inconfundível João Manzarra.
Passo a transcrever a mesma, mas so tenho a aferir, é uma grande apresentador no seu estilo e tem muito potencial, força João.
«João Manzarra. “Ganho por não ter muita concorrência masculina”
Depois de “Ídolos”, o apresentador é a cara de “Achas que Sabes Dançar?”, o novo êxito de domingo à noite da SIC
O telemóvel de João Manzarra não pára de tocar durante a entrevista. “Tenho mesmo de atender”, desculpa-se enquanto se levanta do sofá encarnado do hotel Jerónimo 8, em Belém. Aos 24 anos, a sua vida mudou por completo depois de apresentar o “Ídolos” ao lado de Cláudia Vieira. Foi morar sozinho, ganhou o patrocínio de uma marca de roupa nacional e é assediado por fãs. Longe vão os tempos em que bebia um litro e meio de sumo em directo no “Curto Circuito”. É o apresentador do novo programa da SIC “Achas que Sabes Dançar?” e há quem diga que é o próximo namoradinho de Portugal. “Ganho por não ter muita concorrência masculina”, justifica.
Chateia-lhe que depois do “Ídolos” as pessoas o reconheçam na rua?
Se não me reconhecessem é que era mau. É melhor reconhecerem a mais do que a menos. Acaba por não me chatear. É o preço que uma pessoa tem de pagar a partir do momento em que decide fazer carreira na televisão ou na política.
O que é que lhe dizem?
Depois da queda [em directo] do Pedro Abrunhosa foi muito chato. Toda a gente queria saber se aquilo tinha sido combinado, se ele se tinha magoado… Até quando estava a correr no calçadão [no Rio de Janeiro] nas férias esse era logo o primeiro assunto dos portugueses que encontrei… Foi um massacre de perguntas.
E o que é que costuma responder?
É um ponto um bocado sensível, ele deu uma queda e nunca achei muita piada a esse tipo de situações. Acho que as pessoas se riem mais do meu salto, do que do Pedro.
Até disse um palavrão em directo…
Parece que disse, mas não sei. Eu próprio não dei conta e tive de ver as imagens no YouTube vezes sem conta para analisar aquele meu comportamento estupidificante.
O salto que deu?
Sim, foi uma maneira um bocado trapalhona de socorrer alguém. O que eu queria era ajudar o Pedro.
Houve muitos imprevistos como este nos directos do “Ídolos”?
A Diana também deu uma queda na última gala. Houve bastantes e ainda bem que o público não percebeu a maior parte. Eu e a Cláudia [Vieira] conseguimos dar a volta à situação. Eu não a conhecia, mas a empatia foi imediata. Quando disse a minha data de nascimento na primeira entrevista que dei, ela pensou que estava a gozar: fazemos anos no mesmo dia.
Ela nunca tinha apresentado em directo, ao contrário de si. Enganava-se mais vezes?
Há pessoas que disfarçam melhor os erros. Quando erro fico muito chateado comigo, mas as pessoas aceitam bem, parece que errar é mais uma das minhas brincadeiras. Com ela a coisa não é bem assim…
Nunca fica nervoso?
Não me deixo levar muito pelos nervos. Senti alguns na primeira gala [do “Ídolos”], mas era porque estava estrear-me num directo com público e aquilo intimidava um bocado.
Porquê?
Era muita gente. Quando chego a um jantar e não conheço ninguém também fico um bocado embaraçado.
No “Curto Circuito” (CC) estava à vontade para beber um litro e meio de sumo de abacaxi…
A [apresentadora] Joana Dias revelou em directo essa minha pequena habilidade de entornar de pénalti meio litro de sumo. Costumava fazer isso nos intervalos. Eu disse-lhe: “Se quiseres bebo um litro e meio.” Deixei um mililitro, mas a prova foi superada.
Tem saudades desses tempos?
O CC é uma casa que visito muitas vezes e pretendo regressar. É o grande pioneiro da televisão mais livre em Portugal, sem guião, com imprevistos… tenho saudades desse formato.
Como é que foi lá parar?
Gostava muito do programa, costumava contar as piadas do Unas e do Alvim na escola e inscrevi-me no casting.
Quando foi escolhido deixou de estudar…
Tive de escolher entre o CC e a universidade. Estava a tirar o curso de Comunicação Social e ia chumbar por faltas. Agora acho que não tenho muita credibilidade como jornalista, as pessoas tomam-me como um tonto. Mário Crespo, podes estar descansado que não te vou tirar o lugar. Se bem que sei de quem gostaria que tirasse…
Agora sente-se a revelação da TV?
Não, mas sinto que sou dos rostos que se tornaram mediáticos em 2009. Não me vou deslumbrar nada com isto. Se o “Ídolos” não tivesse tido o sucesso que teve, talvez não me dessem essa estatueta de revelação. Tenho a noção que ganho por não ter muita concorrência masculina, pelo menos na minha geração.
Acha que se pode tornar no namoradinho de Portugal, como a Catarina Furtado?
A nível de sensualidade acho que nunca, a nível de carreira é um bom exemplo… tem uma carreira sólida.
Tem algum ídolo da televisão?
Sem me querer comparar, adoro o Conan O’brien, é o expoente máximo do entretenimento. O Ricardo Araújo Pereira também me faz rir.
No “Achas que Sabes Dançar?” também consegue ser criativo e fazer piadas?
Há alguns limites, mas há espaço para a criatividade. Algumas brincadeiras do guião partiram de mim e gosto dessa abertura. Mas há coisas mais rígidas que têm de ser ditas e às quais não consigo escapar.
É este formato “à procura de uma estrela” que quer apresentar?
Não necessariamente. Nos projectos que me têm dado tenho sempre mostrado versatilidade e já fiz um pouco de tudo. Neste formato sinto-me à vontade, mas há outros.
Ganha-se melhor a apresentar este tipo de programas?
Como trabalhador da SIC, ganho o mesmo se apresentar o “Achas que Sabes Dançar?” ou um programa de culinária, tenho um contrato.
É mais difícil apresentar sem a Cláudia Vieira?
É diferente. Talvez seja mais trabalhoso.
Acha que sabe dançar, mesmo sem par?
Não acho, é uma certeza (risos). As pessoas podem fazer a sua avaliação.»
In: http://www.ionline.pt/conteudo/55370-joao-manzarra-ganho-nao-ter-muita-concorrencia-masculina, a 15 de Abril de 2010, em Jornal I
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