Hoje trago uma entrevista que o Jornal I fez a Claudia Vieira…
« Cláudia Vieira. “De repente passei também a ser um cromo do Bollycao. Foi um choque
Nada de saltos altos, maquilhagem exagerada, roupas justas ou penteados elaborados. Cláudia Vieira, 33 anos, apareceu de calças largas e sapatos rasos, com algum medo, confessado depois, da entrevista. No final respirou de alívio e agradeceu as perguntas pouco invasivas. Apesar disso falou com o mesmo à-vontade com que sorri para a máquina do fotógrafo, que teve de lhe dar poucas indicações. Contou-nos de como recusou inscrever-se numa agência de modelos que queria que ela emagrecesse seis quilos. Falou do perigo do deslumbramento da série “Morangos com Açúcar” e da filha Maria, que nasceu um mês antes do esperado.
Disse numa entrevista que a representação foi o encontrar do seu rumo. Andava perdida?
Não andava perdida, mas sabia que estava a utilizar muito a minha imagem e que era uma altura para ganhar dinheiro, fazer coisas giras, conhecer pessoas novas. Um mundo diferente da minha infância, daquilo que tinha vivido até então, mas que não era, de forma alguma, uma actividade de futuro e não estava totalmente definido o que é que ia ser a minha vida. O contacto com a representação foi muito especial por diversos motivos mas principalmente porque encontrei o meu caminho e aquilo que quero fazer.
Como é que foi parar à moda?
Os convites começaram desde cedo. Aos 14 anos já me abordavam na rua porque era muito magra e bastante alta. Os meus pais são um bocadinho conservadores, mais o meu pai, e não era uma coisa que ele achasse muita piada. E as coisas foram andando. Até que aos 18 anos participei num concurso de misses, só por piada, aquelas coisinhas de terras pequenas e conheci um rapaz que era manequim. Ele levou-me a uma agência onde me disseram que tinha de perder peso, peso que eu me tinha esforçado imenso para ganhar. Ainda por cima estava realmente a sentir- me bem assim. Tinha de perder peso, escadear o cabelo e dar uma lavagem à minha imagem. Aquilo assustou-me um bocadinho e voltei a ficar de pé atrás.
Foi uma abordagem um bocado agressiva.
Foi. Porque eu era daquelas pessoas um bocado complexadas por ser magricela. De repente, naquela idade dos 16, 17 anos, consegui ganhar peso e para mim era uma satisfação, sentia-me muito mais bonita e muito mais mulher, coisa a que nessa altura damos muito mais importância. Chegar a uma agência e dizerem–me que eu tinha de perder uns seis ou sete quilos que era provavelmente aquilo que eu tinha ganho, foi assustador e estranhíssimo. E foi definitivo porque pensei: “Eu não quero isto tanto assim”. Achava que era um mundo giro de conhecer mas não era um sonho especial como o de tantas meninas que vão parar à moda. E desisti. Mais tarde, por contactos com pessoas amigas do meio, foram surgindo mais convites, às vezes de clientes mais do que de agências e fui fazendo umas coisas. Acabei por me inscrever numa agência e comecei a fazer muita publicidade para televisão, fotografia, alguns desfiles. Nunca fui manequim de desfilar na Moda Lisboa ou Portugal Fashion. Quando podia ter entrado nesse registo mais de moda, foi precisamente quando fiz o casting para os “Morangos com Açúcar”.
Pensou que os “Morangos com Açúcar” se transformassem num fenómeno?
Como fiz parte da segunda série já tinha a noção que aquilo iria provocar uma mudança na minha vida. Não sabia é que seria uma mudança tão grande nem que a série fosse tão duradora. Quando fiz o casting não o fiz totalmente motivada ou a achar que poderia ficar. Fiz da mesma forma que fazia os da publicidade, como um trabalho específico e pontual. Quando percebi que ia ficar e que seria a protagonista tive noção que a mudança ia acontecer. Aliás, liguei à minha mãe assim que soube e ela não teve a mesma reacção que eu e disse: “Parabéns filha”, da mesma forma que o fazia quando eu ganhava um casting de publicidade. “Mãe, não estás a perceber, eu vou fazer os ”Morangos com Açúcar”, uma série que está a ser um sucesso incrível e ainda por cima vou ser a protagonista. Isto vai implicar com a minha vida e se calhar com a vossa”. E a minha mãe: “Que exagero, vais ver que não vai ser nada assim”.
E a vida mudou mesmo?
Mudou, mesmo. Naquele ano acho que a minha família ainda sentiu mais a mudança do que eu própria, porque aquilo era tão intenso a nível de horários e de foco no trabalho, a dedicação que exigiu da minha parte, que ainda por cima não tinha formação naquela área, foi levada a um tal extremo que os meus pais, irmãos e amigos é que tiveram a noção do efeito que estava a ter. Eu acordava de manhã para ir gravar e saía de lá à noite com os textos para o dia seguinte. E começaram a aperecer muitos convites de trabalho.
Disse que não a muita coisa?
Inevitavelmente tive de dizer, mas naquela altura pensamos que não sabemos quanto tempo aquilo vai durar.
Isso acontece muito, o medo que acabe tudo?
Acontece um pouco de tudo. Naquele momento a sensação era que tinha realmente de aproveitar aquele fenómeno dos “Morangos” e tudo o que estava a provocar na minha vida. Os convites que estava a ter e o que aqueles dois anos de trabalho poderiam significar para mim a nível de contactos noutras áreas e por aí fora. Depois tive de dizer que não porque não tinha tempo. Era a loucura. Muitas vezes eu e o Pedro [Teixeira] trabalhávamos de segunda a sábado e ao domingo íamos fazer um trabalho de outras coisas que surgiam. E isso foi continuando.
Tinha 26 anos, na altura. Já não era uma criança, mas para os mais novos há o perigo de se ficar deslumbrado?
Sim. Eu tinha 26 anos, uma idade que não me permitiu esse tipo de deslumbramento. Além disso já tinha passado por várias experiências. Tinha aberto uma empresa na área das promoções, com estratégias de promoção de determinadas marcas e acções de Verão. Mas para uma criança, um jovem de 16, 17 anos, ser solicitado para mil e uma situações e ser cada vez mais valorizado, com cachets cada vez maiores e sentir que são os ídolos dos miúdos de 13, 14 anos, acho que pode ser muito perigoso. Acima de tudo é muito fácil acreditar que a partir dali a vida muda. A mudança acontece mas pode ser momentânea. De repente sentes-te especial e importante. Necessário, quase, na sociedade, o que é um bocadinho relativo. Ou se tem uma base muito boa e se sabe realmente o que é importante na vida ou tem de se ter pessoas à volta sempre a alertar e a dizer “cuidado que isto é assim este ano mas depois pode acabar”.
Às tantas não se tornou uma fábrica de meninos bonitos, todos iguais?
Completamente. Eu tive situações giríssimas de mães a virem ter comigo a dizer que tinham de levar as filhas ao cabeleireiro porque queriam um corte igual ao meu, mas tenho plena consciência que se tornou uma fábrica de meninos bonitos. Temos de perceber, nós, os tais meninos bonitos da altura, que a nossa imagem está a abrir portas, mas para nos mantermos é, se calhar, a primeira coisa a limitar a nossa evolução na representação. O teatro não exige que as pessoas sejam bonitas, exige que sejam muito boas profissionais. Há um estigma… agora cada vez há mais colegas de teatro que também fazem televisão. Há uma guerra de sobrevivência, quase.
Mas sentiu esse estigma?
Senti muito aquela coisa do “sou comercial, sou de televisão”. A televisão tem esse efeito. As pessoas gostam de ligar e de ver pessoas bonitas, não é de agora. No Brasil são maravilhosos e tentam que sejam os mais bonitos de todos. Nos “Morangos” isso acontecia, a selecção era feita pela imagem. Tentavam ver algum carisma, pessoas empáticas, porque isso é fundamental.
Quando era miúda também tinha ídolos, como os actores dos “Morangos com Açúcar” o são para os mais novos?
Tinha, mas na nossa altura os nossos ídolos não eram nacionais, eram daquelas séries que víamos, como “Beverly Hills” em que fazíamos a colecção dos cromos… e eu de repente passei a ser também um cromo do Bollycao! Foi um choque para mim.
E se um dia a sua filha, quando for mais crescida, também vir nesses miúdos ídolos?
Espero que isso aconteça, é sinal que continuamos a fazer boa ficção nacional. Se isso acontecer estou preparada para lhe dizer que aquelas pessoas não são mais do que ninguém, o trabalho que desempenham é que tem uma exposição muito grande porque entram em nossa casa e ficamos com a sensação que os conhecemos, mas que não têm nada a ver com as personagens que desempenham.
Qual foi o primeiro cachet que recebeu?
Assim a sério foi com a primeira campanha que fiz, para a MacDonalds. Lembro-me que ganhei 200 contos. Foi maravilhoso.
Como o gastou?
Serviram para ajudar na compra do carro. Juntei às economias que já tinha feito. Mas antes disso, com aquele concurso de miss que falei há pouco, também ganhei um valor qualquer em dinheiro e comprei uma acelera.
Cresceu onde?
Sou de Loures e cresci numa quinta, um ambiente muito pequeno em que toda a gente se conhecia. Cresci rodeada de animais, daqueles mesmo a sério, tipo galinhas, coelhos, ovelhas, cavalos. Tenho um contacto extremo com tudo o que é natureza, sou uma defensora de tudo o meta conservação e preservação do ambiente.
Os seus pais faziam o quê?
O meu pai tinha um oculista, a minha mãe era doméstica e andava sempre com os três para todo o lado. Tenho dois irmãos: um, dois anos mais velho e uma irmã, cinco anos mais nova. Sempre fomos muito dados a actividades desportivas porque a minha mãe sempre fez ginástica. Com cinco anos eu andava, para aí, em sete modalidades diferente. O meu irmão também. Atletismo, ballet, ginástica, andei na música, também. A minha irmã já não fez parte destas modalidades todas, não teve o mesmo contacto com o desporto. Ela focou-se mais nos estudos do que nós.
Estudou até que ano?
Fiz o 12º e não cheguei a avançar para a faculdade. Foi uma daquelas coisas que me ficou assim um bocadinho… tenho pena porque sempre gostei de estudar. Mas foi aquela coisa de me querer meter em tudo ao mesmo tempo. Isto contado assim pode parecer que dava tempo para tudo, mas a verdade é que quando comecei a fazer trabalhos de moda e figuração, ocupava-me muito tempo. E se no início o foco principal é a escola, quando entramos no mundo do trabalho começamos a distânciar-nos cada vez mais e a deixar coisas para trás. Depois houve um ano que pensei: “Este ano não me inscrevo na faculdade, está a correr tão bem, tenho uma série de trabalhos, fica para o ano”. Entretanto com a representação, em que fiz alguma formação, distanciei-me dos estudos.
Mas quando era miúda o que é que queria ser?
Inevitavelmente qualquer coisa ligada ao desporto. Como tinha este contacto desde miúda e foi o que segui no 10º ano, iria inscrever-me na Faculdade de Motricidade Humana. Queria ser professora de Educação Física, de ginástica, qualquer coisa relacionada com isso.
Gosta de fazer novelas?
As novelas têm um efeito muito engraçado. Há todo um entusiasmo por parte da coordenadora do projecto, da produção, dos próprios actores e realizadores de “vamos fazer a melhor novela de sempre”. Nos primeiros dois meses andamos sempre a descobrir coisas novas na personagem e a dar coisas novas até a quem está a escrever, ajudando a encontrar outras linhas da história. E isso é motivante.
E o lado mau?
O que se torna desagradável é o exagero de horas de trabalho, o exagero de tempo do projecto, porque normalmente vai de nove meses a um ano, em que todos os dias vestimos aquela personagem e de repente já não temos nada para dar. E depois há outra coisa que se torna desmotivante: não temos muito tempo para fazer muito bem. Se não for no primeiro take, tem de ser no segundo, no máximo ao terceiro. Às vezes sentimos que até estamos a fazer uma coisa com qualidade e depois vemos na televisão que não foi bem assim. Há coisas que se perdem e acaba por ser desmotivante e desprestigiante para o actor porque rouba muito do trabalho. Por outro lado quem tem a capacidade de desempenhar um bom papel numa novela, faz tudo.
Acha que as novelas nacionais são tão boas como as brasileiras?
Acho que estamos a caminhar para aí e cada vez estamos a fazer melhores novelas. Mas falta um bocadinho aquela parte da pessoa sentir necessidade de ver o episódio seguinte. Muitas vezes se não virmos um ou dois dias das nossas novelas, não se perde nada e isso é uma pena. Os brasileiros têm mais ginástica e capacidade de agarrar o espectador. E isso nota-se até nas co-produções que temos tido. Nesta novela, “Laços de Sangue”, que é uma co-produção com o Brasil, já se sente um bocadinho isso.
Vê-se a fazer isto para o resto da vida?
Vejo, quero muito fazer teatro, gostava de fazer cinema, e quero continuar a enriquecer profissionalmente. Mas também tenho muito a noção de onde vim, de quem sou. Sei que sou muito comercial, que vim da televisão. E se inicialmente comecei sem ter essa perspectiva, hoje tenho plena noção. E tive, nestes dois últimos anos da minha vida, contacto com uma área que foi muito gratificante, que foi a apresentação.
Gostou de apresentar o “Ídolos”?
Gostei, mas não me senti 100% confortável na primeira edição. Na segunda quase cheguei aos 100%, mas ainda não consegui. Provoca-me sempre muito nervosismo. Aquela coisa dos directos é sempre uma pressão muito grande para mim. Gosto muito de comunicar e de saber que estou a entrar na casa das pessoas mas provoca-me um nervosismo tal que… ainda por cima comecei com um formato que já vinha com grande sucesso anterior. E tinha de tudo: contacto com grandes multidões em que tínhamos de pôr toda a gente a cantar, e depois as galas em directo em que podia acontecer tudo. E hoje em dia qualquer asneirada que se faça vai logo para o youtube.
Mas no “Ídolos” não havia teleponto?
Havia, mas nem sempre dava para usar. Quando estávamos colocados fora do palco, tínhamos de lançar actuações sem o teleponto. Eu ficava sempre a pensar: “Será que lancei a actuação certa, será que disse o nome da concorrente certa?”
Nos EUA todos os concorrentes que ganham o programa têm carreira garantida, ao contrário de cá. Pensava nisso, na possibilidade de não terem futuro?
Com tanto contacto com eles vemos tanto potencial e talento que acabamos por acreditar que vão sair dali carreiras. Naquele momento eu não tinha dúvidas que aquelas pessoas tinham dado um passo ao encontro daquilo que iriam fazer e que se iriam tornar grandes artistas. Cá ou lá fora. Naquele momento eu estava a acreditar que isso ia acontecer. Depois… o tempo vai passando mas acredito que alguns deles vão conseguir construir carreiras como o Rui Veloso, por exemplo. O potencial está lá. Temos é um mercado muito pequenino.
A televisão vive muito da imagem. Preocupa-se muito com isso quando sai à rua?
Não tenho essa preocupação quando saio de casa de manhã. Embora, infelizmente, já tenha visto imagens minhas a despejar o lixo, a levar a minha filha à escola ou a passear o meu cão, desgrenhada. Mas para me manter sã e bem comigo não posso ter essa preocupação de pôr uma basezinha ou um rimel antes de sair de casa porque posso ser apanhada. Isso seria um drama para mim. E eu lido bem comigo mesma sem produção.
Está com o Pedro Teixeira há sete anos, desde que se conheceram nos “Morangos com Açúcar”. São um caso raro de um casal da televisão que não se separou à velocidade da luz.
Acho que é porque continuamos a ser as pessoas que sempre fomos, temos amigos antes desta coisa da televisão e temos ao nosso lado as pessoas certas para se preocuparem com a parte da carreira e de dar os passos certos. Não vivemos nessa sombra de “o que é que temos de fazer para a nossa carreira não acabar daqui a dois ou três anos”. Nada disso. Não vivemos reféns de ter sucesso ou manter a carreira de forma desesperada. E não somos competitivos. O Pedro sabe qual é o meu posicionamento no mercado e eu sei qual é o dele e ninguém critica ninguém pelos passos que dá. Vivemos de forma descontraída.
Que idade tem a vossa filha?
Tem 15 meses.
Estava muito nervosa nas semanas antes do nascimento?
Não, porque a Maria chegou um mês antes do que era suposto e fui apanhada de surpresa. Estávamos num jantar e tivemos de ir ao hospital porque estava com contracções. De repente já não saí de lá porque já tinham rebentado as águas e eu não tinha dado por nada. No momento em que a médica disse que ela ia nascer naquela noite é que fiquei em pânico, apesar de saber que ia ser cesariana porque ela estava sentada. O meu ritmo era tão grande que acho que a minha filha se sentou e pensou : “Não vou ficar aqui de cabeça para baixo senão esta não vai parar”. Estes 15 meses têm sido maravilhosos. É mesmo a melhor coisa do mundo e não há nada que se compare. Podes ser profissionalmente muito realizada, orgulhosa e satisfeita mas para mim, ser mãe, é o maior orgulho que posso ter.
Para além da filha, também há um cão na família.
O Yoshi, que tem cinco anos. É um Golden Retriever e é o melhor cão do mundo. É super educado, acompanha-me para todo o lado.
Ele dá-se bem com a Maria, não teve ciúmes?
Teve, teve alguns ciúmes. Mas fiz uma coisa que me ensinaram e resultou. Quando fui para o hospital ter a Maria, a primeira peça que ela vestiu veio para casa, com o cheiro dela e o meu, inevitavelmente, e pusemos junto dele. Para ele perceber que havia mais alguém. Antes disso também punha a barriga junto dele, mas não sei até que ponto é que ele estava a perceber ou não. Mas lembro-me dele ser muito cuidadoso com a minha sobrinha, que tem hoje 6 anos, com quem cresceu. Com a Maria não é tanto. Às vezes dá-lhe assim um encontrão do tipo: “Não estou nem aí, ela tem sempre a atenção deles, toma”. Mas foi fácil. Ele não teve alteração nenhuma na rotina, continua a ir para o nosso quarto, onde dormimos todos. Ele tem a almofada dele, a Maria tem a caminha dela e nós temos a nossa cama. Também não sou stressada com o pêlo dele que às vezes até há na cara da minha filha. Tenho logo a preocupação de tirar, mas ela agarra nele e dá-lhe beijos e ele a ela. Eu fui criada assim e não me fez mal nenhum, pelo contrário. Acho que até é saudável. »
In: http://www.ionline.pt/conteudo/144381-claudia-vieira-de-repente-passei-tambem-ser-um-cromo-do-bollycao-foi-um-choque, a 22 de Agosto de 2011, em Jornal I
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