Hoje trago um guia que vi no decorrer do passado fim semana, e que versa sobre locais onde podemos comer neste Inverno, desta feita, passo a partilhar com os leitores o respectivo guia.
« Onde comer para aquecer
Há sítios onde apetece entrar quando o Inverno se instala. Pela comida, pelo ambiente, pela sensação de conforto quando tudo lá fora parece hostil. Ficam cinco sugestões de abrigo
Na Primavera aparecem artigos do género ‘As melhores Esplanadas’; no Verão, ‘Os melhores locais para comer peixe’ ou ‘ Os melhores restaurantes à beira mar’; e no início do Outono, ‘os restaurantes da rentrée’. Mas quando o Inverno se instala, nada. Nem as melhores lareiras, nem as melhores sopas de cavalo cansado. Nada de nada. Para dar alguma paridade às estações do ano, deixamos-lhe cinco restaurantes para aquecer a alma nestes dias frios de Inverno. Com lareira ou sem lareira.
Ferrugem
Não é fácil chegar lá, pelo que o ‘roadbook’ que existe no site pode ser um bom auxiliar. Portela é uma aldeia perto de Famalicão e foi onde o casal Dalila e Renato Cunha escolheu para viver e criar este restaurante de cozinha contemporânea de matriz tradicional. Não há serviço à carta, embora possa dar-se um jeito, caso seja mesmo muito necessário. Mas já que vai fazer uns bons quilómetros não perca o menu de estação (um dos três menus disponíveis), onde irá encontrar, entre outros pratos, um pastel de nata que é de bacalhau; umas sopas de cavalo cansado (está atribuído o prémio!) com verde tinto, broa de azeite e porco preto alentejano; um polvo com tinta (o) Afros Vinhão; ou umas pataniscas com arroz de tomate, que na verdade são pataniscas de chila com arroz-doce de tomate. Um Minho ousado à mesa, sem bairrismos. Contactos: Rua das Pedrinhas, 32, Portela – Vila Nova de Famalicão; tel:252 911 700
Vallécula
O melhor para fugir ao frio é ir para o frio. Sabendo, depois, como fugir dele. Na região da Serra da Estrela, o Vallécula e a sua cozinha beirã serrana é um bom refúgio para reconfortar o estômago e a alma. Comece por uma morcela com grelos, que isto do Inverno não é para meninos. Depois avance-se para a capoeira e avie-se o galo estufado à moda antiga. Os filetes de novilho (isso mesmo, leu bem, filetes) de raça autóctone que só se arranja por estes lados são de converter qualquer vegetariano. Não termine sem uma pêra bêbeda e um digestivo de aguardente de zimbro da casa. Os vinhos são maioritariamente da região e se lhe oferecerem o da casa, beba-o à confiança. Contactos: Praça Dr. José de Castro Barreiros, Valhelhas; Tel: 275487123
Tasca do Joel
Que não se vá ao engano que de tasca esta Tasca não tem nada. Quer dizer, até tem um bocadinho. No espírito. Se resistir não entrar na garrafeira e loja gourmet, à esquerda, siga em frente e procure poiso. No caminho aproveite para dar uma olhada no expositor do peixe e ficar com uma ideia de ao que vai. Há uns pratos do dia e entradinhas que podem passar, por exemplo, por uns choquinhos com tinta, ou umas lulinhas ali da costa, muito bem confeccionadas. Depois, dependendo do que o mar tiver dado na véspera, avance para um peixe grelhado (um cantaril, por exemplo) com a particularidade de ser grelhados em forno a lenha (do pão). A Tasca do Joel é muito conhecida pela excelente garrafeira e caso se sinta perdido na escolha, por entre as muitas referências da lista, peça o branco que o amigo Dirk Niepoort faz para a casa. Contactos: Rua do Lapadusso, 73, Peniche; Tel 262 782 945
Spazio Buondi (o Nobre)
Esqueçam a imagem preconcebida que o nome poderá transmitir. O restaurante é mesmo o Nobre, dos mesmos Nobre, José e Justa, que nos anos 80, na Ajuda, recebiam mais políticos por metro quadrado do que a Assembleia da República em plenário. Escolha o que escolher mas se perder a sopa folhada de crustáceos (bem quente, a sair do forno. Está frio, lembre-se!) merece que a Emel lhe reboque o carro. Mas há mais entre clássicos e novidades. Coisas à moda da Justa, de raiz portuguesa, mas com influências de onde tiver que ser. O robalo assado em papillote é um must e, quando há, a perninha de cabrito no forno à transmontana é de lamber os dedos. De sobremesa raramente perco de vista as farófias, mas também já ouvi dizer bem da castanhada. Ah! Ao domingo há cozido à portuguesa. Contacto: Avenida Sacadura Cabral 53 B (ao Campo Pequeno), Lisboa ;Telefone: 217970760
São Rosas
Este é um daqueles lugares em cuja ementa fixa raramente encontro algo de muito excitante mas de onde saio sempre satisfeito. De facto, qualquer coisa que se peça tem normalmente a garantia de que é bem confeccionada e que a matéria-prima é de qualidade. Além disso, é um lugar acolhedor, sem grandes modernices, mas diferente do ambiente rústico habitual dos restaurantes regionais. A época das túberas, a trufa do Alentejo, é mais para o final de Fevereiro, pelo que é necessário uma alternativa. Se o objectivo é enganar o frio, uma sopa de beldroegas vai sempre bem. Depois, umas burras (bochechas) de porco ou um borrego assado no forno deixará qualquer um satisfeito. Mas não o suficiente para dispensar o óptimo pudim de Àgua de Estremoz ou a encharcada. Contactos: Largo D. Diniz,11 ; Estremoz ; Telefone: 268 333 345. »
In: http://economico.sapo.pt/noticias/onde-comer-para-aquecer_109914.html, a 30 de Janeiro de 2010, em Diário Económico
Bom Apetite
RT