Hoje trago um assunto que penso ser pertinente, nos dias que correm, trata-se de os Portugueses terem problemas em pagar as suas despesas mensais, no que concerne a bens de primeira necessidade, vou transcrever a referida peça jornalística, e de seguida vou tecer um breve comentário.
«Portugueses no Top3 dos que têm mais dificuldades no fim do mês
Somos ultrapassados só pela Grécia e Letónia
As famílias portuguesas são as terceiras da União Europeia a «deitar as mãos à cabeça» quando chegam as contas no final do mês. Piores que nós estão apenas as da Grécia e as da Letónia, de acordo com o Eurobarómetro.
Questionados sobre se o orçamento doméstico é suficiente para pagar as despesas correntes, como as alimentares, 82% dos portugueses responderam afirmativamente, sendo a média da UE de 83%.
No entanto, quando o questionário acrescenta o pagamento de dívidas assumidas, 39% dos portugueses reconhecem ser «uma luta constante», 32% dizem ter «por vezes» dificuldades, 22% respondem não ter quaisquer problemas com pagamento de contas e 7% admite deixar dívidas por pagar. A média europeia é de, respetivamente, 15, 34, 46 e 5%.
A sondagem mostra que um em cada seis europeus declara ter constantemente dificuldade para pagar as despesas correntes e três quartos consideram que a pobreza aumentou no seu país no último ano.
Mas no relatório para analisar a percepção de pobreza nos 27 países da EU, a Comissão conclui que se a questão é «se algumas ou muitas contas» ficam por pagar, 7% dos portugueses responde «sim». Vários países nos ultrapassam, nomeadamente os espanhóis (8%). Ainda a Letónia fica nos 17%, a Bulgária 15% e a Grécia 14%. Aqui, a média da Europa fica nos 5%.
Ainda segundo a sondagem do Eurobarómetro, mais de 90% dos portugueses tem a percepção de que a pobreza aumentou em Portugal nos últimos 12 meses.
O inquérito mostra que 61% dos inquiridos em Portugal consideram que a pobreza «aumentou muito», a que acrescem os 30% que respondem que «subiu ligeiramente». Nesta categoria, os números só são superiores na Grécia, onde 94% dos inquiridos considera que a pobreza aumentou nos últimos 12 meses.
A média dos 27 estados-membros da União Europeia (EU) é de 73%, com 38% a considerarem que a pobreza «aumentou muito» e 37% a dizerem que «cresceu ligeiramente».
Este inquérito surge quando já decorreu a primeira metade do Ano Europeu de Combate à Pobreza e à Exclusão Social e após o compromisso assumido no passado dia 17, pelos dirigentes da UE, de retirar 20 milhões de europeus da pobreza e da exclusão social na próxima década.
Em Portugal foram questionadas 1005 pessoas, 695 através de telefone fixo e 310 via telemóvel.
As entrevistas foram feitas pela Consulmark, entre 18 e 22 de maio. »
In: http://www.agenciafinanceira.iol.pt/economia/contas-portugal-europa-agencia-financeira-dinheiro-familias/1172082-4058.html, a 22 de Junho de 2010, em Agência Financeira
O meu comentário:
À muito tempo que já não comentava uma notícia, no entanto, pelas questões acima mencionadas é realmente muito triste.
A peça jornalística indica que cada vez está mais difícil as pessoas poderem pagar contas de bens essenciais como a casa, a comida, ou mesmo factores higiénicos, digamos que a maior parte dos portugueses, veio para a parte inferior da pirâmide de Maslow, ou seja, passou a não conseguir ter uma vida, onde as necessidades básicas ficam asseguradas.
Num estado, onde se diz democrata e onde a constituição da republica portuguesa, pressupõe igualdade de direitos e oportunidades para todos os cidadãos nacionais, no entanto, vemos que os jovens deste país continuam, sem apoio e sem emprego, ou seja, não conseguem sequer atingir o em prego, para conseguir ter dinheiro para as suas necessidades básicas, falo nomeadamente de uma geração que muitos deles investiram o que tinham e o que não tinham em estudos especializados, como é o caso dos estudos no ensino superior.
O próprio ordenado mínimo, é ridículo, como é possível com o ordenado mínimo nacional, as pessoas conseguirem ter um nível de vida condigno, mesmo em casal, onde as seriam pelo menos 2 os ordenados mínimos a entrar, o valor dos mesmos, não chega à fasquia dos 1000€, logo, este casal para ter uma vida minimamente aceitável, ou tem ajudas externas, nomeadamente de familiares, tais como país, ou então vive em casa dos país de um ou de outro, o que de certa forma não é correcto, pois em 99% dos casos é origem de conflitos familiares e já la diz o ditado «Quem casa, Quer Casa».
Como é possível, vir neste cenário, solicitar que as pessoas, tenham filhos, e incrementem a taxa de natalidade, de forma a poder assegurar a manutenção das reformas e dos apoios concedidos pela Segurança Social? Não é possível! Os nossos governantes, têm essa mesma noção dessa necessidade, no entanto, não querem dar o braço a torcer e dar a oportunidade aos jovens, especialmente aos jovens recém licenciados, e como tal, estamos a perder gerações, nomeadamente as gerações nascidas na década de 80.
Peço a que os nossos governantes, especialmente os que possuem ordenados chorudos, para tentaram viver com o ordenado mínimo nacional, nomeadamente fazer a vida com bens básicos e recorrerem a transportes públicos para se moverem, e possam ver que não existe, possibilidade de se viver assim.
É óbvio, que perante isto que os índices de pobreza estão a sofrer incrementos no nosso país, o estudo, não qualifica, mas se fizer um estudo mais qualitativo, podemos verificar que possivelmente as gerações mais novas, são as que estão a cair em pobreza, sendo que estamos num limite muito ténue, que é os jovens recém licenciados, poderem aos poucos fazer parte dessa triste realidade, pois apesar de possuírem qualidades e qualificações, não lhes é concedida a oportunidade, voltando para aquilo que os patrões denominam de toneladas de experiencia, coisa que anteriormente já abordei aqui.
Para concluir, deixo um apelo aos nossos governantes, que tenham consciência que estão a causar danos que podem ser irreversíveis na nossa sociedade, causando lacunas a nível demográfico, que num mundo desenvolvido e capitalista, dificilmente poderemos encontrar um país chamado de Portugal, nos próximos séculos.
Mais uma vez pede-se mais qualidade de vida, maior rendimento disponível, para que exista um incremento no consumo, e se possa, sair desta crise, e retomar o caminho do progresso.
Tenho Dito
RT